Páginas
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
O dia das livrarias e dos livreiros, parabéns!
«Livreiros?... Quando digo
“livreiros” não me refiro às pessoas que casualmente
ou temporariamente vão vendendo livros um pouco por toda a parte (sem
qualquer
tipo de desconsideração para com estas). Os livreiros, e eu conheço
alguns, são
aqueles que adoram livros, conhecem muitos livros e lêem outros tantos,
mas são
sobretudo aqueles que, por passarem tanto tempo manuseando livros, se
começam a
confundir com eles. São como os casais, cujo fácies, após tantos anos
de casamento, se assemelha. – Estão a ver? Um livreiro é praticamente um
livro, ou melhor, bocadinhos de muitos livros. Não
dos novos, os de quinze minutos de fama, mas daqueles com folhas
amareladas,
fechadas que se abrem com uma faca especial e que fazem comichão no
nariz, do
pó que levantam. Daqueles que as traças (mais conhecidos por
peixinhos-de-prata)
sabem que são melhores para alimento, ou que, como dizia George Orwell,
os tais onde as moscas azuis escolhem para morada eterna. Os livreiros,
porque já não
se vendem, só raramente se encontram nas prateleiras das livrarias.
Porém,
quando os encontramos, dificilmente passamos sem os consultar. Se os
abrimos a
surpresa é grande: cheios de histórias para contar, deles, dos outros e
dos
livros. Pode ser uma pequena estória, um diálogo que ouviram, um poema
que
leram, um aforismo muito antigo, lido e repetido em tantos livros que
deixou de
ter dono e passou a ser deles. Normalmente são cultos, não tanto pelo
que
lêem, embora leiam muito; mas muito mais pelo que ouvem. - Só
provavelmente num
confessionário ou num bar se ouve mais. Os livreiros são aqueles que
melhor têm
a noção da futilidade ou da importância dos livros. Sabem que os livros
também
são uma mercadoria que se compra e se vende e de que eles próprios,
livreiros,
fazem parte. Os livreiros são livreiros porque têm uma dupla finalidade,
uma
delas é pública, a outra é, muito secretamente, pessoal. A pública é a
de
vender livros, incentivar a leitura e divulgar o livro, fazendo-o ao
partilhar
com os outros as suas próprias leituras, organizando tertúlias, eventos
literários,
cursos, etc. A outra, como dizia um editor meu conhecido, no fim da sua
vida:
«Eu errei sucessivamente de profissão, o que eu queria era estar junto
dos
livros para poder ler o que me apetecesse.»»
Jaime Bulhosa
Um livro
Poema de Borges:
Um livro
Apenas uma coisa entre outras coisas
Mas também uma arma. Foi forjada
Em Inglaterra, em 1604,
E carregada com um sonho. Encerra
O som, a fúria, a noite e o escarlate.
A minha mão sopesa-a. Quem diria
Que contém o inferno: essas barbudas
Bruxas que são as parcas, os punhais
Que executam as duras leis da sombra,
O delicado ar desse castelo
Que te verá morrer, a delicada
Mão que é capaz de ensanguentar os mares,
O clamor e a espada da batalha.
Esse tumulto silencioso dorme
No espaço de um só livro, na tranquila
Prateleira da estante. Dorme e espera.
Um livro
Apenas uma coisa entre outras coisas
Mas também uma arma. Foi forjada
Em Inglaterra, em 1604,
E carregada com um sonho. Encerra
O som, a fúria, a noite e o escarlate.
A minha mão sopesa-a. Quem diria
Que contém o inferno: essas barbudas
Bruxas que são as parcas, os punhais
Que executam as duras leis da sombra,
O delicado ar desse castelo
Que te verá morrer, a delicada
Mão que é capaz de ensanguentar os mares,
O clamor e a espada da batalha.
Esse tumulto silencioso dorme
No espaço de um só livro, na tranquila
Prateleira da estante. Dorme e espera.
Fernando Vicente
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Valter Hugo Mãe é o grande vencedor do Prémio Portugal Telecom 2012
Valter Hugo Mãe nasceu em Saurimo, Angola, no ano de 1971.
Licenciado em Direito, pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e
Contemporânea. Vive em Vila do Conde.
Publicou cinco romances: O filho de mil homens (2011), a máquina de fazer espanhóis (2010) o apocalipse dos trabalhadores (2008), o remorso de baltazar serapião, vencedor do Prémio José Saramago (2006) e o nosso reino (2004).
A sua obra poética está revista e reunida no volume contabilidade (Objectiva/Alfaguara, 2010). É autor dos livros para os mais novos: O rosto (Agosto 2010), As mais belas coisas do mundo (Agosto 2010), A verdadeira história dos pássaros (2009) e A história do homem calado (2009). Escreve a crónica Autobiografia imaginária no Jornal de Letras.
Valter Hugo Mãe é vocalista do grupo musical Governo e esporadicamente dedica-se às artes plásticas.
Letrista dos músicos/projectos Mundo Cão, Paulo Praça, Indignu, Salto, Frei Fado Del’Rei, Blandino e Eliana Castro.
Recebeu, em 2009, o troféu Figura do Futuro, atribuído pelo
Correio da Manhã. Recebeu, em 2010, a Pena de Camilo Castelo Branco. Em
2010 recebeu a Medalha de Mérito Singular de Vila do Conde.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Subscrever:
Mensagens (Atom)