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quarta-feira, 15 de maio de 2024

Sustentabilidades

A Biblioteca da Escola Básica André de Resende dá os parabéns aos alunos que, no contexto do clube de leitura, desenvolveram o trabalho vencedor do 2º ciclo, no âmbito do projeto "Sustentabilidades", promovido pelo Tribunal de Contas.




Museu Portátil - Fundação Eugénio de Almeida

A coordenadora da Escola confiou à Biblioteca o Museu Portátil, um interessante recurso educativo interdisciplinar cujo principal objetivo é "promover o contacto e a relação das crianças e jovens com o património cultural e artístico".

A Fundação Eugénio de Almeida promove um momento de encontro e de reflexão partilhada, no dia 17/05/2024, às 17h00 sobre "Museus e Educação". Toda a informação disponível em:

terça-feira, 14 de maio de 2024

Entrevista ao professor Galopim de Carvalho


No âmbito das Comemorações dos 50 anos da Revolução 25 de abril e em articulação com a Biblioteca da EBAR, a turma 7.º I e a respetiva docente de Ciências Naturais, e também diretora de turma, Floripe Abreu, prepararam uma entrevista ao prof. Galopim de Carvalho. Os alunos contaram com a colaboração dos pais e avós.
Galopim de Carvalho nasceu em Évora, em 1931, e ao longo da sua vida foi geólogo e professor universitário. Atualmente, com 92 anos, está envolvido em muitos projetos, na área da Geologia. É, ainda, autor de vários livros, entre os quais "O avô e os netos falam de geologia", o qual tem sido um recurso utilizado nas aulas de Ciências Naturais, cujo programa engloba diferentes temas da Geologia.
7.º I: O que o motiva, numa idade em que a maioria já está na reforma, a empenhar-se na prossecução dos seus sonhos, como a musealização dos trilhos dos dinossauros em Ourém?
GC: Como em qualquer território, o alastramento das nossas cidades e de todos os equipamentos como aeroportos, estradas, vias férreas, fábricas, entre outros, exigidos pela sociedade, tende a destruir ou ocultar certas ocorrências geológicas e/ou paleontológicas com interesse científico e pedagógico, que importa preservarmos.
7.º I: Numa entrevista, o Sr. disse que tinha tido uma infância feliz, tanto que tinha tido direito aos estudos, antes do 25 de abril. Tinha consciência que a maioria das crianças e jovens da sua idade, que até podiam ser felizes, não tinham direito aos estudos?
GC: Em criança, como é natural, não tive consciência disso, mas como adolescente, sim.
7.º I: Como foi a sua experiência como jovem num país governado por um ditador?
GC: A Mocidade Portuguesa era uma organização do Estado Novo, obrigatória, para rapazes e raparigas. Tive de frequentá-la dos oito aos dezoito anos. Só tive farda em criança. Não gostei nem desgostei de andar fardado de verde e castanho. Era uma roupa como outra qualquer, que não só indicava que eu era um rapazinho em tempo de escola, como dava entrada nas instalações da Sede da Organização, na Rua de Alconchel, onde havia uma biblioteca juvenil, com obras bem escolhidas pelos mentores locais, aulas de campismo, de aviominiatura e outras, ping-pong e muitos outros jogos do nosso agrado. Aos sábados de manhã, as atividades obrigatórias desenvolvidas no âmbito desta Organização já não eram do meu agrado. Passávamos a manhã com formaturas e outros exercícios de ordem unida, à semelhança dos militares, em preparação para paradas ao estilo da tropa. Tínhamos por instrutores e mentores uns tantos sargentos do Exército, arregimentados para o efeito. A par destes havia os comissários, no geral, recrutados entre os nossos professores mais identificados com o regime ou que dele visassem tirar algum proveito. O essencial do suporte logístico dos nossos acampamentos, deslocações e outras atividades, vinha-nos da tropa. Eram dos quartéis as viaturas que nos transportavam, as cozinhas de campanha e os cozinheiros que nos confecionavam o rancho, e as enfermarias móveis e os enfermeiros que nos acompanhavam.
Nos desfiles, em cerimónias de comemorações patrióticas, marchávamos garbosamente, de passo bem acertado, para grande orgulho do “nosso sargento” e, ao passarmos pela tribuna, esticávamos o braço direito, num Heil Hitler à portuguesa, em saudação às personalidades militares, religiosas e civis ali presentes. Nas paradas, em formatura, ouvíamos belas preleções dos nossos comissários, exaltando o amor à pátria e à família e a obediência aos chefes. Destas paradas recordo uma em que o padre Silva (depois cónego e, mais tarde, arcebispo de Braga), ao tempo, nosso capelão, falava do amor a Deus e à Virgem, de lírios brancos e de pombas da mesma cor.
7.º I: O professor e/ou algum dos seus amigos ou familiares foram perseguidos pela PIDE?
GC: Felizmente, eu não. Mas tive um primo que foi. Chamava-se Armando Antunes da Silva (1921-1997), dez anos mais velho do que eu. Pouco convivi com ele, mas sabia que, de vez em quando, passava uns tempos na prisão. Metia-se na política, como dizia a minha mãe, e “ainda bem não”, a PIDE ia buscá-lo. Traziam-no para Lisboa, onde o interrogavam e brutalizavam, guardando-o depois por uns tempos para “castigo” dos seus “crimes contra a segurança do Estado” e para que lhe passassem as nódoas negras.
7.º I: Qual a personalidade mais ligada à Revolução que conheceu, em toda a sua vida?
GC: Do conhecimento geral, talvez o Dr. Álvaro Cunhal, que não conheci pessoalmente. Do meu conhecimento pessoal, o Dr. Mário Soares.
7.º I: Onde estava no dia da Revolução? Como se apercebeu do que estava a acontecer? Como viveu esse momento?
GC: Estava em casa, em Lisboa. Dormia quando o telefone tocou e um amigo me disse: “Liga a rádio! Desta vez é a valer! São dos nossos!”. Daí a momentos, ouvia-se a voz inconfundível do Luís Filipe Costa: “Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas”. Logo seguida do inesquecível “On the waves”, que nos ficou como uma das marcas musicais mais profundamente gravadas dessa madrugada e dos dias de regozijo coletivo que se lhe seguiram, em festejo do fim do sufoco que foi a vida dos portugueses da minha geração.
Sucediam-se os comunicados, intercalados por marchas militares e por aquelas cantigas, até então proibidas, do Zeca, do Mário Branco, do Luís Cília. Atento, eu ouvia e gravava, saltando de estação em estação. Como não tinha cassetes disponíveis, disse adeus ao Daphnis e Cloé, de Ravel, à Missa n.º 1, de Bruchkner, e às Quatro Estações, de Vivaldi.
Ainda conservo estas gravações e na primeira, cuja etiqueta não apaguei, em vez dos acordes melodiosos do poema sinfónico do compositor francês, ouvem-se as passadas firmes e cadenciadas do grupo coral alentejano a iniciar a libertadora “Grândola, Vila Morena”.
Às nove horas saí de casa em busca de jornais e de convívio. As certezas da vitória avolumavam-se e a rua era uma romaria a crescer. Daí a pouco os cravos vermelhos floriam nas espingardas dos soldados, radiantes, fraternos e orgulhosos, e começava a ouvir-se “O povo, unido, jamais será vencido!”. Recordo os risos, as lágrimas e os abraços dessa manhã radiosa.
7.º I: Notou alguma diferença no comportamento dos alunos que teve antes e depois do 25 de abril?
GC: Antes, foi o sufoco. Havia muitos estudantes presos pela PIDE. Os informadores, ao serviço desta Polícia, estavam por todo o lado. Depois foi a explosão da Liberdade. As diferentes ideologias até aí amordaçadas, fervilhavam intensamente, a “céu aberto”.
7.º I: Como alentejano, como acha que a região viveu a Revolução?
GC: Intensamente, porque o Partido Comunista, o único até então existente, tinha grande implantação, sobretudo entre o operariado rural.
7.º I: Notou diferença na investigação científica, entre o antes e o depois da Revolução?
GC: Houve um notável progresso, particularmente intenso, durante a tutela ministerial do Professor José Mariano Gago.
7.º I: Uma vez que à data da Revolução o Sr. professor tinha já a experiência de ter estudado e vivido noutro país, quais eram as maiores diferenças que existiam na maneira de se viver entre Paris e Portugal?
GC: As diferenças eram muito grandes, mas não havia maneira de as ultrapassar.
7.º I: Na altura da Revolução existiam já mulheres a trabalhar ou a estudar na sua área?
GC: Sim. Na minha área, o aparecimento de colegas do sexo feminino, em igualdade com os do sexo masculino é anterior à Revolução de 1974, começa em início da década de 1960.
7.º I: Hoje, 50 anos depois, acha que valeu a pena a Guerra do Ultramar, que só viria a terminar com a Revolução de Abril?
GC: Acho que não. Foi uma teimosia do poder político de então, que ceifou muitas vidas de um lado e de outro.

Abril depois de Abril - Abril sem censura - "Lápis Azul"




#rbe50anos25abril

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Quinto centenário de Camões (1524-2024)

 


sexta-feira, 10 de maio de 2024

Vencedores - Projeto "Sustentabilidades", promovido pelo Tribunal de Contas

No âmbito do clube de leitura, os alunos Beatriz Carvalho (5ºE), Inês Vitorino (6ºH), Laura Almeida (5ºF), Teresa Machado (5ºE) e Tiago Raposo (7ºE) elaboraram um vídeo sobre "Fake News" e, com ele, foram os vencedores do projeto "Sustentabilidades" (categoria 2º ciclo), promovido pelo Tribunal de Contas.

Veja o vídeo vencedor:



quinta-feira, 9 de maio de 2024

Dia da Europa - 9 de maio

 Ensina RTP 

Dia da Europa, 9 de maio, uma oportunidade para recordar como nasceu a União Europeia.

Vou levar-te comigo! - 5ºF e 6ºG

No final da sessão das leituras emparelhadas de dia 8/maio, a professora bibliotecária apresentou alguns dos títulos recentemente adquiridos com a verba do projeto "Leituras emparelhadas sobre abril depois de abril", que se inclui na candidatura da RBE "Leituras... com a Biblioteca".


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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Leituras emparelhadas - 5ºF e 6ºG

Os alunos destas turmas participaram em mais uma sessão de leituras emparelhadas, na Biblioteca. Orientados pelas professoras Célia Raposo e Maria José Sousa, os alunos elaboraram e apresentaram nesta sessão textos de sua autoria. No 5ºF, o tema foi "monumentos alusivos ao 25 de abril". No 6ºF, os textos incidiram sobre proibições que existiam antes da revolução dos cravos.


A equipa da Biblioteca agradece a todos esta partilha!

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