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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Afonso Cruz «Cada vez mais sou um escritor», DN


           «Começou como realizador de filmes de animação. Ganha a vida como ilustrador. Diverte-se a fazer música. E entretanto descobriu-se escritor. Este 'artista faz-tudo' ganhou o Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores.
         (...) Um dia, decidiu, com a mulher, Maria João, deixar a sua casa na Almirante Reis, em Lisboa, e procurar um sítio onde tivessem "uma qualidade de vida melhor". Estão há dois anos no Monte Novo. Estradas vazias, sempre a direito, o campo alentejano salpicado por poucas casas. Um ar abafado nestes dias de Julho até chegar quase a Almadafe, perto de Casa Branca, que fica perto do Vimieiro, que, por sua vez, fica para lá de Arraiolos, antes de Estremoz. Mudar assim foi um risco. Mas calculado. São freelancers (ela é designer), sabiam bem o que queriam e não se arrependem. Lisboa fica a uma hora e meia de distância, "não custa nada". Dentro de casa está mais fresco. Uma sala enorme, uma chaminé, estantes de livros, o telefone fixo (a rede de telemóvel não é muito fiável), um amplo espaço de trabalho com computadores e seus acessórios. Têm até um computador de reserva. "Não podemos correr o risco de ficar sem computador, seria trágico." O gato gordo a dormir no tapete, brinquedos espalhados. Silêncio. Três hectares de terreno, que "está agora um pouco abandonado". Ele chegou a plantar algumas árvores, transferiu oliveiras, teve uma horta, mas, até no Alentejo, os dias têm só 24 horas. "Não tenho tempo. Tenho tido tanto trabalho", diz Afonso. Não é um lamento. Antes pelo contrário.»
in  http://www.dn.pt/gente/interior.aspx?content_id=1614941

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