A minha avó é a minha heroína.
A minha avó é a pessoa mais dócil, mais querida e mais protetora que eu conheço.
De três netos, de duas filhas, tinha um carinho especial pelo neto mais novo, o mais diferente, o pior e o melhor ao mesmo tempo.
O neto que passava as tardes da sua infância ao lado da sua “segunda mãe”, o neto que pedia para almoçar com a sua avó, pois aquela gastronomia antiga enchia-lhe o coração de alegria.
Aquele neto era eu, era eu que ia com a minha avó a todo o lado a pé com cinco anos ou menos.
Eu estragava as flores que a minha avó tanto gostava de ver no seu quintal florido.
Eu fazia-a rir quando tudo estava mal, pois a minha inocência era o motivo da sua alegria diária.
Até aquele dia negro e obscuro ter aparecido e com ele desapareceu a cor do mundo.
A minha heroína perdeu a visão.
Nunca mais pôde ver o neto que tanto amava, as filhas que tanto amava e acima de tudo nunca mais pôde ver as flores que tinha plantado.
Depois da visão, veio a perder a vida, quando o seu neto chorava pois a avó estava doente e na feira de São João recebeu a chamada que fez o seu mundo parar: “Filho, a avó foi ter com o avô”. E, assim, a avó que ele tanto amava, a sua heroína, passou para um sitio onde pode guiar-me com visão e mais vida do que em terra.
João Galandim, 9ºF, Nº7
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