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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Cai a Chuva Abandonada

Cai a Chuva Abandonada

Cai a chuva abandonada 
à minha melancolia, 
a melancolia do nada 
que é tudo o que em nós se cria. 

Memória estranha de outrora 
não a sei e está presente. 
Em mim por si se demora 
e nada em mim a consente 


do que me fala à razão. 
Mas a razão é limite 
do que tem ocasião 


de negar o que me fite 
de onde é a minha mansão 
que é mansão no sem-limite. 
Ao longe e ao alto é que estou 
e só daí é que sou. 

Vergílio Ferreira, in Conta-Corrente 1
Alice Moisset

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